Estudo da FGV Aponta que o Brasil Lidera o “Mal-Estar” Econômico Mundial, em Parceria com a Turquia. - Methas Iter Treinamentos para Certificações Financeiras

Estudo da FGV Aponta que o Brasil Lidera o “Mal-Estar” Econômico Mundial, em Parceria com a Turquia.

Sandra Petroncare

A combinação de desemprego recorde e inflação alta levou o Brasil a ocupar a segunda pior posição no índice de mal-estar, que inclui 38 nações, entre países-membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Brasil como convidado. Este é o resultado antecipado pelo pesquisador Daniel Duque ao jornal “O Globo” em entrevista divulgada dia 21 de junho de 2021.

De acordo com o estudo compilado pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre-FGV), o país tem 19,83% de desconforto econômico e só perde para a Turquia, que chegou a 26,28%. O levantamento é do pesquisador Daniel Duque.Dados do IBGE e da OCDE reunidos pelo pesquisador mostram que a taxa de desconforto no Brasil chegou a 19,83% no primeiro trimestre de 2021 e só perde para a Turquia, cuja última taxa registrada se refere ao quarto trimestre de 2020, quando chegou a 26,28%.

O índice de mal-estar ou taxa de desconforto – em inglês, chamada de misery index – une a situação do mercado de trabalho ao comportamento dos preços. E especialistas avaliam que essa taxa ainda pode piorar entre brasileiros.

O pesquisador explicou quais parâmetros levaram o Brasil a amargar a segunda colocação. “Esse indicador que a gente chama de índice de desconforto é a combinação da inflação e desemprego, é como se traduz mais diretamente para a população o impacto de uma situação de crise econômica”, disse.
Duque ressaltou que o Brasil tem uma particularidade em relação ao país líder do ranking. “Importante dizer que o Brasil está com esse indicador piorando ao longo do tempo, ao contrário da Turquia, principalmente no primeiro trimestre de 2021”.

Vale destacar que a inflação acumulada em 12 meses até maio está em 8,06%. Para quem se esqueceu, relembramos que o Brasil trabalha no Regime de Metas para Inflação (RMI), com o centro da meta sendo definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). E o centro para 2021 é, pasmem (!) de 3,75%aa, com um intervalo possível de 1,75%, ou seja, no máximo (no teto), a inflação poderia ir a 5,5%, resultante da soma do valor central com a banda superior.

Por sua vez, a taxa de desemprego está em 14,7% na divulgação referente ao primeiro trimestre de 2021 – a mais recente disponível.

É da performance negativa destas duas variáveis que o IBRE-FGV extraiu a essência de seu estudo. E, certamente, é fácil ao leitor compreender o “mal-estar” do brasileiro: a vacina demorou, o desemprego chegou e a inflação se elevou. Combinação pra lá de preocupante no cenário econômico.
A atual percepção dos brasileiros com a situação econômica do país é a pior desde 2016, quando a recessão do descontrole fiscal de anos anteriores assolou a nação.